30 de agosto de 2010

Igreja da Comundade Metropolitana

Uma das questões que "pega" muitos gays é a questão religiosa, muitas vezes ela é um grande problema para que a pessoa possa se aceitar e ser aceita (especialmente em pessoas de famílias evangélicas), mas o que "pega" é que muitas vezes a pessoa estã imersa em suas crenças, no seu bom relacionamento com sua fé, e percebe que esta fé não o abraça, nãoo aceita.
Muitos gays podem  até pensar que DEUS não os aceita, esquecendo que ñão é DEUS que cria as regras, mas as religiões que se arvoram de seus porta vozes...seja como for, muitos gays acabam por se afastar da igreja, da bíblia, por não se sentirem incluídos.
Mas isto não é verdade  em todas as igrejas. Um lugar muito especial neste sentido é a ICM, chamada Igreja Metropolitana, uma veradeira igreja inclusiva. Um lugar onde as pessoas podem se aproximar da bíblia, da fé, e o que é melhor, ser aceito em comunidade, o verdadeiro sentido de uma igreja.
Se quiser saber mais acesse o site da ICM, http://www.icmsp.org.br/ . a igreja mudou-se recentemente e agora funciona no bairro de santa cecília em são paulo.
Na realidade existem ICM em todo o mundo e em muitas cidades do BRASIL, acessando o site de são paulo vc encontra o direcionamento para as outras igrejas.

22 de agosto de 2010

silêncio sobre o Dia dos Pais...

Vários dos amigos e amigas que costumam ler "estas mal traçadas linhas", questionaram sobre a ausência de um post especal no dia dos pais...
É verdade, e eu mesmo me espantei de ter deixado passar a data sem um texto especial, normalmente com lindas fotos de pais e filhos...me espantei porque nem percebi isto.
O que não significa, em absoluto, que minha vivência como pai tenha se tornado desinteressante, pelo contrário, acho que o fato de minha filha estar crescendo, me faz mais e mais acreditar na idéia de ser pai, e perceber o quanto ela me fez querer ser uma pessoa melhor. A cada dia minha relação com ela se fortalece e percebo claramente os laços que estou criando, ou tentando criar, com a Mulher que ela vai ser.
Mas este ano foi significativo em minha vivência como FILHO.
Sempre tive uma relação muito dificil com meu pai, e sempre , de certa forma, atribui isto ao fato de eu não ser o "filho que ele esperava", pois sempre fui muito mais quieto, pouco ligado em esportes e outras "masculinidades", mais emocional. De certa forma eu sempre entendi, ou aceitei, que nossa relação era ruim por "culpa" minha, por eu ser sempre, desde pequeno, meio "viadinho".
E isto foi realmente sempre muito pesado para mim, como sei que é para muitos homens homossexuais. Mas, assumindo minha responsabilidade sobre as atitudes dele como sendo minha culpa, e sempre bombardeado por frases como - "ele te ama , mas não demonstra pois é o jeito dele", eu acabei me conformando com receber muito pouco como filho. (além das questões materiais, que tenho que confessar nunca faltou).
Mas este ano as coisas mudaram um pouco, as questões familiares e patrimoniais se estressaram um pouco,  e minha terapia me fez ver muitas coisas que estavam nubladas, e acabei convoncando minha mãe para um almoço, uma conversa, que começou com a seguinte frase:
- Mãe, por que o papai de odeia tanto?
E foi ai, após um susto inicial de minha mãe, uma clássica "mãe italiana de familia sempre feliz",  que descobri que o problema da relação com meu pai não fui eu quem criou, com minha "viadagem". Ela me disse que de certa forma, desde que eu nasci, meu pai me ignorou, me desprezou. Ela achou que era porque eu era o primeiro filho, que roubei o tempo que ela tinha para ele, mas percebeu que isto tb aconteceu com meus irmaõs, mesmo que em menor escala.
Ele não era um pai ausente por falta e tempo, ele era distante por que de certa forma os filhos reprensentavam uma ameaça (tem até uns lances de mitologia, cronos e os filhos, que dá para ajudar a entender).

Vou contar para vocês, isto foi libertador, descobrir, depois de 40 e tantos anos, que você não fez nada errado, que todas as suas tentativas de aproximação não funcionaram , não porque você é gay, mas porque ele não queria se aproximar... é algo que tira um peso e tanto. Dá para imaginar?
Todas aquelas conversas, que eu precisava ouvir, todo o apoi oporfissional que eu precisava ter..cara, foi muito pesado.
Olha, se você sente algo parecido com seu pai, pense bem, talvez você não tenha feito nada errado, tenho certeza, tente descobrir onde esta relação entre vocês se deteriorou, e se precisar, pergunte, chame ele ou sua mãe para uma conversa, talvez muito de seu sofrimento como filho não tenha razão de ser.
Já pensou nisto?


Talvez por isto o dia dos pais tenha sido meio diferente, não como pai, mas como filho, e por isto tenha faltado um post...sorry


16 de agosto de 2010

Dois homens podem "dar certo"?

Em tempos que se fala em casamento gay, união civil, em que faz campanhas para que as famílias LGBT mostrem sua cara no censo, parece meio obvio que todo mundo acredita que dois homens podem dar certo, enquanto família. Mas será que dois homens podem mesmo dar certo?
No último sábado o Grupo de Pais Homossexuais, coordenado pelos psicólogos Vera Moris e Edson Efendi, propôs justamente esta discussão. Discutirmos se o relacionamento entre dois homens é possível e quais são as particularidades de um relacionamento deste tipo.
Eu, envolvido num relacionamento de quase 8 anos, que eu acredito que tem se fortalecido com muita conversa e muitas atitudes de ambos, tenho a tendência a acreditar que sim. Que dois homens juntos podem estabelecer uma relação e podem construir uma familia.
O Edson, que fez seu mestrado baseado na questão da conjugalidade, coordenou o encontro, e trouxe, para dar um starter no assunto, uma tabela elaborada pelo pesquisador e sexologista americano, Richard Green, que mostrava os principais desafios que enfrentam um casal de homens, e que acabaram por ajudar a nortear as discussões.
Uma das questões que se discutiu, e que é fácil perceber, é a questão da homofobia internalizada, que muitas vezes impede os casais LGBT de formarem relacionamentos afetivos, pois a falta de aceitação de umou de outro, em maior ou menor nível,´pode ser um entrave. Neste aspecto também ficou latente a questõa que muitas vezes, num casal, cada um dos envolvidos está em estágios diferentes em relação a isto,o que pode ser ainda motivo de falta de acordo, de stress.
A questão que a legislação também não dá suporte a este relacionamento, também foi um fator que se mostrou importante, pois a falta de reconhecimento oficial , favorece a invisibilidade social...
A questão da identidade de "gênero" acaba pesando, pois num casal heterossexual os papeis do "Marido" e da "esposa" já estão arraigados, enquanto num casal de homens estes papeis tem que ser redimensionados, especialmente sob o aspecto que o jogo de poder, entre dois homens, é diferente do jogo de poder heterossexual.
Por ultimo se discutia que a falta de uma rede familair e social, por vezes, acaba isolando ainda mais o casal homossexual, impedindo que ele possa vivenciar atitudes e comportamentos de família.
Deu para ver que as dicussões foram realmente muito ricas, que geraram muitas reflexões, não é?

E você, acha que dois homens podem formar uma família? Que dificuldades acha que esta família enfrentaria?

15 de agosto de 2010

"Minha profissão é ser pai. Este negócio de ator é bico. Ter filhos é uma benção de Deus"

Frase do ator Murillo Benício, que tem dois filhos, publicado na revista QUEM em julho de 2010

13 de agosto de 2010

UM PAIS DE MIL CARAS

A educadora - e incansável - Edith Modesto, grande batalhadora pelos direitos LGBT, estará lançando, na Bienal a partir deste 15 de agosto, o seu mais recente trabalho: UM PAIS DE MIL CARAS, nos dizeres da Edith: "É ficção juvenil e desenvolve um tema afro (ntolerãncia étnica). A leitura crítica foi da amiga Sueli Carneiro (Grupo Geledés da Mulher Negra).  Os livros para pesquisa foram cedidos pelo Vovô, do Ilê Ayiê de Salvador."





Lançamento

Dia 15 de agosto, domingo, das 18 às 20 horas.
Estande das Paulinas - Ruas D/E

4 de agosto de 2010

Mostre para o CENSO que existimos!

O escritor Kiko Raize, em apoio a associação ABGLBT,  criou banners para a campanha SE VOCÊ FOR LGBT DIGA QUE É! para estimular os homossexuais a ajudarem o CENSO a realmente registrar que existimos!


Veja o texto que ele apresenta a campanha:

Amig@s , pela primeira vez no Brasil o Censo Demográfico do IBGE vai contabilizar casais homossexuais. A proposta do instituto é trazer informações atualizadas de acordo com as mudanças da sociedade brasileira nos últimos anos.
Só vão ser contabilizados os casais homossexuais que declararem, no questionário de perguntas, que moram no mesmo domicílio em união estável. A mudança não foi feita com o objetivo de revelar o percentual homossexual da população brasileira, até porque nem todos vivem em união estável.
Sendo assim, a ABGLT está lançando a campanha IBGE… SE VOCÊ É LGBT DIGA QUE É!
Segundo palavras de Toni Reis, presidente da ABGLT, é importante que ativistas e governo tenham dados concretos para construirem políticas públicas.
Eu resolvi fazer minha parte e criei estes 2 banners não-oficiais para ajudar na campanha (Clique na imagem para salvar no tamanho grande)
Conto com a ajuda dos amigos para divulgar em seus blogs e sites!
E não esqueça: se você for casado com outra pessoa do mesmo sexo e o IBGE bater na sua porta, diga que é.
Beijos!

Eu não conheço o Kiko, mas achei muito legal!, Os banners ficaram muito legais e merecem ser espalhados em todos os blogs! Clique no titulo do post para ira para a página dele

3 de agosto de 2010

COMO VOCÊ REAGIRIA SE SEU PAI LHE CONTASSE QUE É GAY? LEIA HISTÓRIAS DE JOVENS CUJOS PAIS DECIDIRAM NÃO SE ESCONDER

compartilhando mate´ria publicada na FOLHA TEEN em 2 de agosto

por IURI DE CASTRO TÔRRES 


Há quatro anos, Aléxia Gaspari, 16, estava no carro com seu pai, Alexandre, quando ele começou: "Olha, aquele amigo do papai não é só um amigo, entende? Ele vai morar lá em casa."
"Na hora, levei numa boa. Mas, quando vi os dois se beijando, fiquei muito mal e tive uma crise de choro. Na teoria, é fácil aceitar. Na prática, é diferente."
Com o tempo, a situação melhorou. "Hoje, somos uma família normal", diz.
Na semana do Dia dos Pais, o Folhateen conversou com jovens criados por pais que "saíram do armário".
As famílias homoafetivas ainda não figuram nas estatísticas do Brasil (os primeiros dados começaram a ser levantados ontem, no Censo 2010), mas elas existem e levantam uma questão para os adolescentes de hoje: como você reagiria se seu pai dissesse que é gay?
Flávia*, 17, por exemplo, "costumava xingar homossexuais na rua". Quando o pai e, depois, a mãe assumiram que eram gays, a garota entrou em parafuso. "Fiquei transtornada. Não conseguia acreditar. Tudo virou de pernas para o ar", lembra.
Flávia começou a culpar a mãe pelos porres que tomava. Tentou fugir de casa. E tinha vergonha de apresentar os amigos aos pais.
Ela se refugiou nas letras e começou a escrever contos.
"Amo meus pais e, quando vi que não tinha mais volta, passei a aceitá-los. Eu me coloquei no lugar deles e entendi o quanto deve ser difícil se assumir", explica.
O desafio desses jovens é aplacar, de uma vez, o ciúme e o próprio preconceito.
"O jovem pode achar que "ser gay" é uma forma de traição, e isso gera angústia", explica Ana Cláudia Bortolozzi Maia, professora de psicologia da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e autora do livro "Adoção por Homossexuais" (ed. Juruá). "Eles têm de entender que o pai não deixou de amá-los, só está tentando ser feliz", diz.
 
HORA CERTA
"Não deve ser fácil contar que é gay para o filho", diz Natália*, 15, cujo pai vive com outro homem há quatro anos. "Eu pensava: "Por que não me contou antes?". Acho que foi para me poupar."
Existe hora certa para contar? Para Bortolozzi, em geral "a criança assimila melhor esse tipo de situação do que um jovem".
E é uma boa falar sobre isso com os amigos? Matheus Mattos, 15, só contou que a mãe, Viviane, é gay para o melhor amigo. "O grupo social é importante para o jovem, mas pode ajudá-lo tanto a aceitar quanto a discriminar", diz a psicóloga.
Certa vez, um garoto xingou o pai de Aléxia na escola. Desconcertada, ela pediu conselhos ao pai, que a ajudou a lidar com a situação. "Mas isso nunca mais aconteceu. Todas as minhas amigas adoram meu pai", conta.
 
ADOÇÃO
No mês passado, a Argentina aprovou uma lei que permite o casamento entre homossexuais e a adoção de crianças por eles.
O Brasil está atrás dos "hermanos" na questão dos direitos dessa minoria. Nem casamento nem adoção são regulamentados por aqui. O jeito encontrado por eles foi o improviso: há 15 anos, Jorge*, 15, foi adotado por dois homens, mas foi registrado no nome de apenas um deles.
Na Câmara, o deputado Zequinha Marinho (PSC-PA) propôs uma alteração no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) para proibir que casais gays adotem crianças. Sua justificativa: isso "exporá a criança a sérios constrangimentos", como não conseguir explicar aos colegas por que tem dois pais ou duas mães.
Jorge diz que nunca se importou com a orientação sexual dos pais. "Se eles se sentem felizes, por que vou me incomodar?", questiona.
Segundo Bortolozzi, ao contrário dos mitos que rondam as famílias de pais homossexuais, "a única diferença é que os jovens criados por eles tendem a ser menos preconceituosos e mais tolerantes com as diferenças".
Flávia faz o resumo da sua própria ópera: "Apesar dos maus bocados por que passamos, meu pai nunca deixou de ser meu melhor amigo. O que menos importa é se ele é gay ou se é hétero".
(*Nomes fictícios)

Frase
"Como eu conseguiria julgar as duas pessoas que me ensinaram o que é certo ou errado na vida? Era um fato: eu estava confusa"
trecho de carta escrita por FLÁVIA*, 17, cujo pai e cuja mãe são gays

ANÁLISE
Os pais que você tem, do jeito que eles são
FICÇÃO X REALIDADE
Filmes e séries retratam jovens com pais homossexuais sem cair em estereótipos

"AS MELHORES COISAS DO MUNDO"
No filme de Laís Bodanzky, o pai de Mano (Francisco Miguez), 15, divorcia-se da esposa e começa um relacionamento com outro homem. O garoto enfrenta piadas na escola e tem problemas para aceitar a situação
 
"GLEE"
Rachel (Lea Michele), estrela do coral, é filha de dois homens judeus que contrataram uma barriga de aluguel. Ela leva a situação numa boa, mas é curiosa para saber quem é sua mãe

"THE KIDS ARE ALL RIGHT"
Julianne Moore e Annette Bening formam um casal de lésbicas que tem dois filhos do mesmo doador de sêmen. Quando a irmã mais velha chega à maioridade, o caçula pede que ela procure o "pai" deles

"PATRICK 1.5"
Na Suécia, Göran (Gustaf Skarsgård) e Sven (Torkel Petersson) se preparam para a chegada do bebê adotivo. Um erro, no entanto, traz para casa Patrik, 15, homofóbico, que terá de aprender a lidar com a nova família