28 de novembro de 2005

Instrumentalizando nossos filhos


Imagino que muitos homossexuais, quando decidem ter seus filhos, já estão em momentos de sua vida em que já estão mais "bem resolvidos" já estão preparados para as críticas, para os olhares tortos da sociedade. São pessoas que carregam uma certa "couraça" do orgulho, mas provavelmente já sofreram muito com isto.
Acho que o mesmo se passa com os homossexuais que tiveram filhos a partir de relações heterossexuais e que entendem que é chegado o momento de conversar com seus filhos sobre sua nova "condição". Ambos se sentem fortalecidos e sentem que irão ganhar nas relações quando tomam estas atitudes.
Mas, talvez com toda esta experiência, com toda esta força das conquistas e do orgulho, estes pais se esqueçam do que podem enfrentar seus filhos, esqueçam o que viverma quando eram crianças e talvez minimizem o que seus filhos podem passar, imaginando que apenas o amor, a força do orgulho de seus pais poderão fortalecer seus filhos.
Lembra quando você era criança e alguém implicava com você, dizendo que você era feio, gordo, usava oculos, ou tinha algo diferente? Lembra o que seus pais faziam? Eles diziam que você tinha que ter orgulho de ser "quatro olhos" ? Não, eles não faziam isto.
Seus pais lhe davam instrumentos para ver outras diferenças positivas em voce e nos outros, eles até lhe ajudavam a ver as fraquezas das outras crianças como forma de lhe mostrar que todos eram realmente diferentes. A maioria dos pais - politicamente corretos - não autorizavam seus filhos a revidar e agredir os agressores, nem mesmo verbalmente, mas eles te ajudavam a saber oq ue poderia ter dito!
Acho que os pais e mães gays devem pensar nisto, devem ajduar seus filhos a entender estas diferenças, ajudar seus filhos a lidar com a raiva e a angustia de ser diferente, e não tentar sublimar isto com doses cavalares de amor e orgulho.
Seu filho não gosta de ser chamado de "filho do gay", e você não deve recriminá-lo por se sentir com raiva ou magoado com esta agressão. Ao ficar triste comisto ele nãoestá te rejeitando, não está renegando sua luta por ele, por seus direitos. Ele está sofrendo como toda criança. Lembre-se , é seu filho, não um pequeno militante!

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